Justiça e lei em Protágoras e Antifonte

Autores/as

Palabras clave:

Protágoras, Antifonte, justiça, lei

Resumen

Este artigo expõe as concepções de lei e de justiça de dois sofistas, Protágoras e Antifonte. O objetivo é mostrar que as soluções que ambos apresentam para a controvérsia nómos-phýsis, embora com frequência descritas como antagônicas, podem ser entendidas simplesmente como respostas diversas para a mesma questão. Antifonte não despreza a lei, nem defende um justo natural diverso do justo legal. Como Protágoras, ele parte da convencionalidade da justiça e manifesta interesse pela utilidade das decisões da cidade. Mas, enquanto Protágoras foca na deliberação democrática como definidora do útil positivado na lei, Antifonte concentra sua crítica nos abusos frequentes das convenções que, em vez de favorecer os cidadãos, tolhem as possibilidades de ação e causam danos.

Biografía del autor/a

Bruno Amaro Lacerda, Universidade Federal de Juiz de Fora

Professor na Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, Brasil. 

Citas

ANTIFONTE. Testemunhos. Fragmentos. Discursos. Tradução de Luís Felipe Bellintani Ribeiro. São Paulo: Loyola, 2008.

BALAUDÉ, Jean-François. Les théories de la justice dans l’Antiquité. Paris: Nathan, 1996.

BONAZZI, Mauro. I sofisti. Roma: Carocci, 2010.

CASSIN, Barbara. O efeito sofístico: sofística, filosofia, retórica, literatura. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira, Maria Cristina Franco Ferraz e Paulo Pinheiro. São Paulo: Ed. 34, 2005.

DECLEVA CAIZZI, Fernanda. Protágoras e Antifonte: debates sofísticos acerca da justiça. In: LONG, A. A. (org.). Primórdios da filosofia grega. Tradução de Paulo Ferreira. Aparecida, SP: Idéias e Letras, 2008, p. 389-411.

FASSÒ, Guido. Il diritto naturale. Torino: ERI, 1964.

FURLEY, David J. Antiphon’s case against justice. In: KERFERD, G. B. (org.). The sophists and their legacy. Wiesbaden: Verlag, 1981, p. 81-91.

GAGARIN, Michael. Antiphon the Athenian. Oratory, law and justice in the age of the sophists. Austin: University of Texas Press, 2002.

KERFERD, G. B. O movimento sofista. Tradução de Margarida Oliva. São Paulo: Loyola, 2003.

KOESTER, Helmut. ΝΟΜΟΣ ΦΥΣΕΩΣ. The concept of natural law in Greek thought. In: NEUSNER, Jacob (org.). Religions in Antiquity. Essays in Memory of Erwin Ramsdell Goodenough. Leiden: Brill, 1970, p. 521-541.

LEVYSTONE, David. Antiphon: indifférence de la nature, misère des lois humaines. Phoenix, v. 68, n. 3-4, 2014, p. 258-290.

MOSCARELLI, Laura. Antiphon d’Athènes et l’antidogmatisme philosophique et juridique. Fragments et témoignages. Paris: L’Harmattan, 2020.

MOSSÉ, Claude. Au nom de la loi. Justice et politique à Athènes à l’âge classique. Paris: Payot, 2010.

NESCHKE-HENTSCHKE, Ada. Platonisme politique et théorie du droit naturel. v. I: Le platonisme politique dans l’antiquité. Louvain-Paris: Éditions Peeters, 1995.

OSTWALD, Martin. Nomos and phusis in Antiphon’s Περὶ Ἀληθείας. In: GRIFFITH, Mark; MASTRONARDE, Donald J. (orgs.). Cabinet of the Muses: essays on classical and comparative literature in honor of Thomas G. Rosenmeyer. Atlanta: Scholars Press, 1990, p. 293-306.

PLATÃO. Protágoras. Tradução de Daniel R. N. Lopes. São Paulo: Perspectiva, 2017.

PLATÃO. Teeteto. Tradução de Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. 3. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2010.

ROMILLY, Jacqueline de. La loi dans la pensée grecque: des origines à Aristote. Paris: Les Belles Lettres, 1971.

SAUNDERS, Trevor J. Antiphon the Sophist on natural laws (B44DK). Proceedings of the Aristotelian Society, v. 78, 1978, p. 215-236.

Publicado

2025-10-08

Número

Sección

Artigos